A mulher que está no meu poema
Não é uma mulher que eu inventei
Sem nenhum defeito
Sem nenhuma dor
Sem nenhuma mancha
Sem nenhum vexame
Sem nenhum ciúme
A mulher que está no meu poema
Era cega ou louca
Me fitou nos olhos
Beijou minha boca
Trocamos salivas
Trocamos fluídos
Tinha TPM
E também tesão
E ficou pra sempre em meu coração
A mulher que está no meu poema
Não é imaginada
Tinha identidade
Ficava menstruada
qualquer rabo de saia
Ficava enciumada
E vinha com pau pra me dar porrada
A mulher que está no meu poema
Esteve em minha vida
Se chamava Rosa,
Lúcia,
Margarida...
Gostava de sol
De acarajé
De forró
De samba
Bolo de caroço
Marcas de batom e marcas no pescoço.
Renildo Borges
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