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quarta-feira, 4 de julho de 2018

O arremedo e o medo.


Se meu coração fosse aberto
e todos pudessem ver
o que há dentro dele
se aproximariam com medo
e por certo chorariam
Chorariam como eu chorei
quando vi o pequeno menino
como um sorriso na cara suja
sem medo do amanhã
por ele não saber o que é


Quando olharem para o fraco
sendo espancado pelo enorme egoísmo
Quando verem a fome ceifar vidas
em Áfricas Sul Americanas
Quando verem os sem estudo
sendo explorado pelo que fala “correto”
Quando verem os sem casa
nas ruas que nós passamos
Ignorando...
Quando verem os sem pai
pois mãe todo mundo teve
em um momento qualquer da vida
mas e os sem irmãos?
jogados no mundo como bastardos
pois nós decidimos que Deus não é o pai deles
por isso vivem por aí sem amor...
Afinal “Deus é amor” e nós um arremedo disso



E então serão como eu
e vagarão como minhas indagações
sobre esse mundo imundo


Se pudessem ver a dor invisível
que me espanca como se eu fosse o culpado
por ser a esperança um ser abstrato tratante
que nunca aparece para provar que existe
Então só nos resta as hipóteses
Será?
Talvez!
Quem sabe!
E então se tonarão estéril como eu
sem lágrimas
sem perspectivas
ou vida
Pois nem a morte me acha interessante agora.


Renildo Borges

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