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sexta-feira, 27 de julho de 2018

No reino fantástico da besta fubana


Quando eu era pé de cana
Culpei a besta fubana
Em cada esquina um botequim
Onde sempre me plugava
a cachaça,vodka ou gim
Em mim rolava uns downloads
Coisa de mente esquisita
Pensava na minha vizinha
Que era boa pra chuchu
Até gostava de uns dedos de prosa
Com aquele cheiro de rosas
Mas a coragem cadê?


Quando troquei o botequim pela igreja
Glória a Deus! Louvado seja...
Andei um tanto em conflito
Com um cabra chamado vício
Tinha problema de vista
E a vizinha bonita
De repente ficou feia
Já não era mais sereia
Achei aquilo esquisito
Perguntei ao lazarento
Que me causava tormento

Na esquina do pecado
O dito cujo
Me ofereceu maconha
Não gostei achei estranha
“Óleo de soja ou banha
Pra dedetizar a aranha”
Que diabos eu com isso?
Mas será o Benedito!
Uma mulher cheio de manha
Se contorcendo lá longe
Me apareceu um monge
Do Tibete ou Cochinchina
No Raso da Catarina
Exorcizando meu carma

Quando não queria isso
nem aquilo
Fui hippie cheio de grilo
Encontrei besta fubana
Nem me lembro qual semana
Por que eu nunca fui lá
No tremendo bafafá
Que fez a morte e a vida
Numa Sexta-feira santa
E me chamaram de anta
Só por que o almoço e a janta
Foi um porco chauvinista.


Renildo Borges

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