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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Descaso


Empurrei com ódio a lerdeza das horas
Que me separavam de ti
Xinguei a espera angustiante
Que ria de mim nas madrugadas
E sem pedir licença quebrei
O silêncio da escuridão
Gritando seu nome


O vento que dormia junto a brisa
Levantou-se enfurecido
Jogou a poeira do coração seco dela
Na minha cara tristonha
para secar as lágrimas que caíam
e se foi sacudindo as árvores
desalojando dos seus ninhos os pássaros
pela noite adentro

E quando amanheceu
A luz trancou dentro de mim a ilusão
Procurei no armário de suas promessas
A roupa adequada
e me vesti das mentiras que disseste
para cobrir a minha desnuda paixão
e fui por aí distribuindo tristezas.


Renildo Borges

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