Escrevo poesias por ser uma forma de dizer o que sinto, Por ser uma forma de diminuir tanta coisa que carrego dentro de mim Por ser espontâneo o sentimento onde eu não controlo e sim ele a mim Por ser uma paixão que me acompanha desde a infância. Sei que há poesia feias e bonitas, outras que esperneiam e gritam, algumas que são do seu gosto, outras sem sal, quase insosso. A vida é uma diversidade tão imensa que não podemos deixar de notar outras nuances, assim como é a poesia.
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sexta-feira, 27 de julho de 2018
Muito além do jardim.
Tinha três laços de fitas
Aquela moça bonita
Tinha belos olhos claros
A noite caindo o orvalho
Tinha uma cruz no pescoço
Mas só pensava no moço
Pelo mar da ilusão
Ele segurando sua mão
Enquanto a noite chegava
E um jardim de estrelas
A ela ainda avisava
"Ó estrela da manhã..."
Depois a mão entre as coxas...
E se perdia a moça
Pensando nas madrugadas
Nas poesias que lia
Pelas madrugadas frias
Roubou sonhos e amores
Brigou por causa das dores
Da traição do seu homem
Que amava, que queria
Na chuva fina de Maio
Numa rua em Lisboa
Cabelos ,unhas e mordidas
Pois não era moça à toa
No pescoço ainda a cruz
E o vento sussurrando:
Sai das trevas,vem pra luz!
Quando a lua ia alta
Seu corpo só sobre a cama
E nele aquela vontade
mais forte que o seu não
Fechou os olhos e sonhou
com teu amor roubado
"lá fora tocavam um fado
falando de amores outros"
A cruz ainda no pescoço
teu corpo entregue ao moço
o doce sabor do pecado
No silêncio dobram os sinos
acordou apavorada
com a umidade entre as coxas
no convento das Carmelitas
sem os três laços de fitas
aquela moça bonita.
Renildo Borges
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