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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Depois das curvas da moça ou de um filme de Freud e Jung


Quando desço do céu das coisas que não vi
mas acredito
e guardo com cuidado
dobrado sobre a cabeceira das religiões
o pudor
a vergonha
e tantas outras coisas medonhas


e caminho pelo inferno que me leva ao êxtase
nas curvas da moça que me escolheu
pra ser todo seu
sou completo
meus lábios sorve o doce do beijo que
quero dar
minhas mãos caminham por onde eu sinto
prazer em tocar

sobre a pele
o perfume caro
o perfume barato
tem o mesmo valor
quando eu sentir por aí
em um tempo outro
lembrarei
do teu gosto
desse momento
desses instantes

mas lá fora onde prenderam o desejo
e grita um fantasma itinerante
tudo iniciativa do ato
nefasto
diz o reprimido escondido
na esquina perdida da libido
eu não sou Judas
eu quero ver apenas depois da curva
por favor
não feche sua blusa
nem sua mente que mente
espalhando por aí sementes.

Renildo Borges

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