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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Negro Dito de tal


Eu não sou
Nunca fui
Nunca serei
Não sei interpretar
Amanhãs
O papel queimou-se com vícios
Nos becos do Vidigal
Foi mal !
Em mim há muitos conflitos
Negro Dito de tal
É fulano
E o patrão soberano
Matando tudo que ele tinha
Igualdade ,amor e fraternidade
Guilhotinando a bondade 


Nunca lhe direi nada
Nesse palco de emboscada
Minha boca costurada
Por medo e não a covardia
Que tortura às madrugadas
Desfilando em Setembros negros
Seu ódio
Por que somos muitos
Porém desunidos

Eu não sou
Nunca fui
Nunca serei
A próxima carta marcada
Em cansadas madrugadas
Me escondo atrás de livros
E na rua de improviso
Aviso aos que foram condenados
Que a burguesia não morreu

Se sou palhaço? É claro!
Desde que me entendo por gente
Ou será que é por escravo
O que importa 13 de Maio
Um tapete estendido
Para quem rouba no peso
Na balança viciada
De uma injusta justiça
Num circo chamado Brasil

Não diga que nunca viu
E que também nunca riu
Do meu cansaço
Da dor
Da peleja no mormaço
Para ter comida no prato
Que come o filho meu
Do meu dia atravessado
Por teus olhares de eu sou
Sim ! Tu és
assim como eu
um passageiro do tempo
aguardando a qualquer momento
a morte para nos levar
talvez eu vá para um lugar
você eu não sei dizer
só dirão: Quem é você?


Renildo Borges.

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