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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Se me chamar de cachorro...Eu mordo sua boca.


Aquela moça do Sul
Gaúcha
Barriga verde
Curitibana
Bacana
Podia matar minha sede
Em Umuarama uma cama
Churrasco em Santa Maria
Podia ser qualquer dia
Só pra beber teu olhar
Tão profundo como o mar
Por favor diga: Vem cá!


Aquela moça paulista
Que sempre quis ser artista
No coração do poeta
Já pode fazer a festa
Vim aqui só pra te ver
Sentir teu cheiro,tua pele
Respiração ofegante...
Ah moça pernambucana
Não esqueci a baiana
Com gosto de acarajé
Desculpe essa minha sina
Três moças de Teresina
Que me mandaram um bilhete
Intimando pra casar

Melhor é eu escapar
Me esconder em Fortaleza
Nos braços de Iracema
Essa tão bela morena
Do que morrer de amor
Pelas ruas de Recife
Olhando essa moça triste
Que veio de Mato Grosso
Só pra ver o alvoroço
Do carnaval carioca
Uma mulata suada
Malandra como ela só
Me falou de madrugada
Que era de Maceió
Mistura de um paraense
Com uma moça capixaba

E corria a madrugada
Fui correndo pra Belô
Ver a moça que falou
Que por lá o trem é bão
E era bão pra mais de metro
Não quero cantar de galo
Por que vim de Aracajú
Nem por que tomei um caldo
Daquele tal sururú
E suei a noite inteira
Nos braços de uma mineira

Sei que um dia eu morro disso
Mesmo sem ter compromisso
Mas ainda é Sexta feira
Quem sabe ainda dá tempo
Se eu correr como o vento
Pra feira dos paraíbas
Onde marquei um encontro
Com uma moça de Manaus
Na maior cara de pau
Vou pedir pra ver se ela me leva
Pra ver as moças ribeirinhas
De Rondônia ao Amapá
Eu com a pele toda rosa
De um boto tucuxí
Não quero nem imaginar
Nem vou escrever aqui
no que isso vai dar

Ah! Isso aqui é Brasil
Cheio de mulher bonita
Com ou sem laço de fita
Ou com pé maior que o meu
Afinal nunca fui santo
Muito menos fui ateu
Mas ando de léguas em léguas
farejando um cheiro seu.


Renildo Borges

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