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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Em algum lugar do passado


Não te pergunto sobre a minha morenice
nem meu sotaque baiano,minha poesia utópica...
que me deu você numa manhã de sol
onde todos os seus desejos foram possíveis
todas as suas vontades saciadas

mas invadi teu silêncio covarde
e escrevi em teu apagado riso
que ainda queima como a fogueira de São João
a paixão
antes de nascer a aurora
antes do espelho rir de mim
e contar aos passarinhos
que eu definho

Não te pergunto sobre teus cabelos loiros de fogo
sobre os teus olhos de azul gaúcho
hipnotizando os meus
que me escravizaram numa manhã de sol
onde sonhei acordado
o delírio de ter você
Mas me crucifiquei escrevendo
os teus passos para o adeus
sem sorriso ou saudade
naquela calada tarde
desejei morrer
enquanto andava em Porto Alegre
te procurando...
e testemunhou a aurora
minha tristeza sem ti
Traga para dentro de mim
tudo que se perdeu nos instantes.


Renildo Borges

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