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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Rio da Serra


Amanhã pertence ao mundo
o que eu tenho é só o agora
meu olhar derramado
sobre a noite longe
e a palavra dita:-Volta!
se perdeu na madrugada
e calou-me por tão longos anos


Uma palavra no vento solto
Eu espero no tempo calado
As bocas costuradas de silêncio
As cartas as traças comeram
Na rua do passado eu sento
na varanda da minha lembrança
E lá está minha avó fabulosa
E nós ouvindo sua prosa
Até o escuro da noite
Quando cantava o bacural

No embornal da infância
Tantas histórias guardei
Caminho pela mesma rua...
sozinho
minhas mãos vazias
sem as tuas
meu peito cheio de sonhos
mas só o silêncio
presta atenção na minha chegada
e por dentro de mim
o choro
do menino
assassinado
pelo tempo
carregado de ilusão


Renildo Borges

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