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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Sobre Deus e gratidão


Dizem que Deus mora no céu
mas desconfio que Deus mora aqui
bem pertinho da gente
Vejo Ele todo dia
A semana passada vi Deus no gerente
da loja que minha mulher trabalha
que deu a ela vários metros de piso
de primeira qualidade que havia
sobrado na reforma da loja
E como nós estamos ampliando a nossa casa.
Como isso caiu bem!
Vi Deus no colega de trabalho dela
que a ajudou a levar todo aquele piso
pesado pra caramba até o estacionamento
que fica distante uns quatrocentos metros
Vi Deus na colega de trabalho dela
que ao ouvir que o cara da urbe estava cobrando
70 reais para levar ,achou aquilo um absurdo
e prontamente se ofereceu pra trazer,já que o seu marido
viria buscá-la.
Vi Deus no dia que eu tentei sacar dinheiro no banco 24 horas
e não consegui por não lembrar a senha e então o dono da loja
me ofereceu o dinheiro da passagem,já que eu ia trabalhar
Vi Deus pelas madrugadas distribuindo sopas,cobertas e agasalhos...
Encontrei Deus numa esquina que me ensinou
onde era o endereço que eu procurava
vi Deus numa senhora que falava muito palavrão
mas que mandou seu filho que é médico cardiologista me examinar
gratuitamente em um hospital particular
mesmo sem me conhecer
(tinha 90% da veia principal entupida e 78% da veia auxiliar)
Botaram 2 stents no meu peito
Só não tomei aqueles 14 remédios
que disseram que eu devia tomar
Conversei com Deus várias vezes
chorei pra caramba escondido no quarto
no banheiro com aquele medo...pelas madrugadas
Meus filhos todos menores e outros bem longe
Não quis contar pra ela que o médico disse que eu não tinha
chance nenhuma
Tive depressão
Tive síndrome do pânico
Me deram remédio pra "doido"
também não tomei nenhum
Acho que ele me ouviu,pois já faz mais de 10 anos
e ainda estou aqui escrevendo poesias
vi Deus lá no hospital,com aquela gente que fica
orando por aquele povo que eles nem conhecem
vi Deus sentado no cinema chorando por que
mataram Jesus
e eu chorei também,mesmo sabendo que aquilo foi por nós
vi Deus no motorista de coletivo
que desceu do ônibus
pegou a velhinha deficiente
e a colocou sentadinha na cadeira que fica bem pertinho dele
e tocou a viagem conversando com ela
como se fossem velhos amigos
vi Deus na professorinha japonesa,quando eu tinha uns 10 anos
e morava na roça,e ela levava uma sopa feito em casa
com todo carinho pra gente,mas era exigente com a higiene,
olhava nossas mãos se estavam limpas,o nariz e os ouvidos também
Ps...(Tento até hoje fazer uma sopa igual aquela,com aquele sabor magnífico,nunca consegui) Acho que devia ser sabor de gratidão.
Vi Deus numa senhora que estava sentado ao lado do supervisor que me demitiu
Por eu não ter vendido nenhum livro,me deixando sozinho,sem dinheiro e sem parente
em Aracaju,distante de casa a mais de mil Kms,ela vendo meu semblante triste me convidou pra ficar na casa dela,e no fim do mês providenciou uma passagem de volta pra casa e eu tinha apenas dezesseis anos.
Acho que Deus mora em qualquer um que tenha compaixão,que ame o teu próximo,pois Deus é bondade,Deus é amor.
Não tenho como pagar essas pessoas que me ajudaram ao longo da caminhada tudo que devo,e olha que aqui não tem nem dez por cento do que fizeram por mim,retribuo fazendo pelos outros também e quando ajoelho e oro,todos eles estão no meu coração e sei que Deus vai cuidar deles,por que é Deus que paga minhas contas.
Agora diz aqui pra mim,como é que você vê Deus?


Renildo Borges
A Sombra Ação


Você nunca me perguntou nada
Mas eu sempre estive ali
Nasci junto com você
Abracei os seus amores
Seus amigos
Suas dores
Ri quando você riu
Chorei quando você chorou
Joguei bola com você
Dançamos na discoteca
Beijei lábios que você beijou
Apanhei quando você apanhou
E bati quando você bateu
Por que você é eu
Na luz
Na vida
Tua escuridão me mata
Existo na claridade
Tudo que eu disse é verdade
E quando você partir
irei junto com você
Pra nunca mais existir.



Renildo Borges
E assim girava eu...


Quando tudo estiver escuro
E chover então a consciência
Não ande de guarda chuva
Nem se esconda nos telhados
Da hipocrisia humana
Primeiro lugar
O número um
O mais belo
O mais gostoso
Saia da lama... do lodo...
Se banhe e beba um pouco
Consciência é necessário 


Quando passar a tempestade
E por fim brilhar a verdade
Saia da escuridão
Do porão
Do pântano das bocas enganosas
Contemple-a sem vaidade
Por que dependerá dela
Ir ver a felicidade

Quando encontrar o amor
Trate-o com educação
E se fizer necessário
Estenda também a mão
Leve também em seu bolso
Meia dúzia de perdão
Esqueça a estupidez
Não banque o id e o ego
Recalques adquirido
Que nos torna besta e cego

Quando encontrar a sensibilidade
Sente e conte a verdade
Das dúvidas que nos aflige
Das bocas acesas
E o os olhos calados
Do pensamento fervilhando
Se aquilo tudo está certo
Ou será mais um dos nossos enganos
Se encontrar a felicidade algum dia
Viva o momento
Pois é passageira
Como o trem do destino
Como nós
Como a infância de menino
Como os pássaros que cantam
Nem sei por que ou por quem
Como aquela nuvem que passa
Indo em busca de ninguém
Como o amor que chegou
Um dia na festa
Ou na praça
As vezes num lugar tão estranho
E simplesmente abraça.

Renildo Borges
Deu bode...

Lá em Catolézinho
Onde o vento vai todo dia
Me contou que minha tia
Plantou um pé de verdade
Que dava um fruto amargo
Quem comia tudo via
E parava de mentir


No começo foi bonito
Acabou-se os atritos
Mas eis que surgiu um “bispo”
Que odiava jiló
Que orava pra uma pedra
Que caiu em Bedengó
Plantou um pé de mentira
Que dava um fruto gostoso
Um cheiro de embriagar


Quem passava por alí
Difícil de não provar
E foram ficando cegos
Viraram racistas
Homofóbicos
Detestavam a cultura
Também viraram misóginos
E por fim se detestavam
Por que eram todos pobres
Lá em Catolézinho
Onde o gado todo é bode
Vê se pode!



Renildo Borges
Oh céus!

Um anjo contrabandista
Desses que vivem ao léu
Me mandou um saco de perdão
Vindo do terceiro céu
Dei pra fulano,sicrano , beltrano
e não sei mais pra quem
Estavam todos perdoados
Em nome de Deus,Amém!


Me apareceu meio dia
Um anjo grande e sisudo
Me enfiou o dedo na cara
E foi logo dizendo tudo:
-Escuta seu ignorante!
Perdão só recebe quem perdoa
Não saia por aí distribuindo
Como qualquer coisa à toa.
Pegou o saco de perdão
Montou na nuvem e se foi
Que sujeito mais mal-educado
Nem sequer me disse oi
Mas perdoei ele assim mesmo.


Renildo Borges
As víboras no jardim do Éden


Não tenha vergonha de ser
De sair daquela porta
Com a noite toda acordada na cara
Com um sorriso imenso de que
Foi maravilhoso
Que foi gostoso
Que você queria aquilo...
E nos olhos aquele brilho
Mesmo que escancarem as bocas
De algumas invejosas moças
Que querem rir mas não podem
Por que proíbe o censor
O Pastor
O Vigário
E o medo das testemunhas
Que batem no seu portão querendo lhe dar sermão


E antes do meio dia
Saberão da sua vida
Do teu corpo cheio de curvas
Do decote de sua blusa
Do vermelho do batom
nesses seus lábios carnudos
do seu olhar que encanta
e deixa cegos os homens
Da tua calça tão justa
Talvez lhe chamem de puta
A inveja corroendo
as que se acham limpas
por fim falarão de tudo

Mas não dirão que tu gostas
de ajudar quem precisa
que já deu tua camisa
para aquele que não tinha
que já dividiu o seu prato
por que viu no outro fome
e nem perguntou o nome
só riu e estendeu a mão
que também acende uma vela
todo dia na capela
pedindo pra ser feliz
até os que te odeiam.


Renildo Borges
Sede


Amanhã quando a vida bater em minha porta
Talvez eu esteja morta
Por que gritei eu te amo
Pra não me matar tantas vezes
Esse meu corpo com sede
Da água que sai de ti
Que adubará minha semente
E haverá flores em nosso quintal
Pequenas flores ...

E das dores
Que tu semeias
Na minha cama
Na mesa
Oh homem!
Maldito seja
Sei que voltará pra ti
E chorarei por que amo
Mesmo sendo a sobremesa
Que você nem sempre quer

Amanhã ,quando a morte bater em minha porta
Mesmo eu fingindo de viva
sei que dirás que estou morta
Que é melhor eu partir
Que homens não valem nada
Mas valente defenderei
A minha prerrogativa
Um dia de alegria
Nos braços de quem eu quero
Pra fertilizar a flor
Que sempre guardei em mim.


Renildo Borges
Todas as moças se arrepende um dia

O céu está azul
o vento é um brisa
os pássaros cantam
mas nem todos estão felizes
nesse pedaço de mundo
nesse pedaço de mar
deviam estar
todas as moças de olhos azuis
as moças morenas que cantam
todas as moças negra de mãe África
e todas as outras moças que são brisa
que tem aquele cheiro gostoso de alecrim
mas meu novelo de tristeza
despencou do velho sobrado a baixo
correu pela ladeira da Conceição
nem quis saber o final
por que sabia que essa minha vontade
de ser o que não pode ser
que não me deixava dormir a noite
tava lá no mercado Modelo
de queixo caído
os olhos grudados nele
-chica de cuerpo dorado
ven conmigo corre el mundo y mira las estrellas
foi o que ele disse outro dia
o homem de Mar del Prata
aquilo soou como uma senha
que ninguém ousara pronunciar
aquilo era amor
vontade de ser mulher
que eu nunca havia sentido
era diferente de obrigação
casar ter filhos e chorar sozinha
e nunca mais fui a mesma
com a covardia gritando
podia ter ido
podia pelo menos ter…
mas e depois
bateu em minha porta
e quando abri estava escuro
mas pude ver de relance
o arrependimento pelos becos
levando nos ombros duas moças
pra sacrificar
e a maré vazou levando a vontade
de ser só mais uma estrela
no vasto céu de um homem do mar
e quem me ama acabou de chegar.



Renildo Borges
Ladainha

O vil metal
Corta me a mão
E o covarde mundo
Se esconde
da vergonha que não tem
comigo há apenas
a companheira da vida inteira
a sombra nunca me abandona
está apenas na escuridão
como eu
quando a luz que tateio
na cruz que carrego
no peito
e aceito
for alcançada
nós duas levantaremos
por que já será manhã

corta me a língua
e o pensamento
sem língua e sem mão
para escrever
pode apenas
voar com o vento
que passar no deserto
de sentimentos escondidos
de falta de abraços
de falta de abrigo
ou qualquer um amigo
corta me a alma
a palavra não
ao conhecimento
ao pão
que gritam os covardes
com alarde
pelos becos escuros da cidade
pelas manhãs e nos fins de tarde
onde os esquecidos
sem nenhuma abrigo
abraçam o medo
e choram.


Renildo Borges
Uma mulher chamado Bahia


Ela me enviou uma carta
era de tarô é claro
mas era uma dama
e não me faça drama
melhor é fazer amor
olhando pra ela
e não pela janela
da imaginação
por ela ter sido minha
por eu ter sido dela


Ela me mandou uma fita
era do Senhor do Bonfim é claro
amarrei no pulso
apulso
não gosto de me amarrar
mas de nada adiantou
foi ela que se amarrou
deslumbrou
Veio cheia de dengo
eu lembro
e pôs as cartas na mesa

Deixei ela ganhar
ser dona
deixei ela ficar
mandona
deixei ela montar
em mim
deixei ela dizer te amo
teti -a- teti
com aquele teu gosto
silvestre

Ela me mandou um xêro
no vento
e um sorriso de manhãzinha
tão claro como o dia
não lamentava disse
arredia
pela empatia
por nós dois naquele dia
pelo tempero baiano
pelo nosso engano
pelas águas de Iemanjá
vindo lá de Itaparica
e ela triste na bica
lavando o cheiro de mim


Renildo Borges
Uma estrela,um homem e um menino


Gosto de olhar o céu
quando é tardezinha
Quando se avizinha a noite
e eu sento lá fora
quase sempre sozinho
a imaginar que lá no meio
daquelas estrelas que surgem
deve estar você
Por que você era linda
por que você tinha brilho
as vezes levo nosso filho
mas tenho vergonha
de que ele me veja chorar
e me achar fraco demais


Sabe aquele pé de jabuticaba
que você trouxe de sua casa quando casamos
florou...
E aquela galinha carijó
que você não gostava por que era briguenta
teve uma ninhada de pintinhos todos negros
e agora anda muito ocupada
ciscando pelo quintal
sem tempo pra brigar com as outras

As vezes tenho vontade de ir embora
largar tudo de mão
ir pra um outro lugar
que você não esteja tão presente
não que eu queira te esquecer
mas tenho medo de enlouquecer
quando sinto saudade de você
em meus braços
nosso filho as vezes me pergunta
Como ela era?
Só consigo dizer
Linda filho,ela era muito linda
uma estrela pra vida inteira
e ele se aconchega entre as minhas pernas
e ficamos em silêncio olhando as estrelas.


Renildo Borges
João “Ninguém”


João ninguém fazia carreto
rachava lenha
plantava roçado
carpia , colhia
e vendia
João ninguém
capava porcos
montava em burro brabo
tirava leite
fazia esteira de taboa
fazia caçuás
Mas o prefeito
e o delegado
continuava a chamá-lo
de João ninguém


Um dia de manhã cedo
o encontrei na estrada que ia para Bolandeira
e o cumprimentei
Bom dia seu João
ele parou,se virou
meteu a mão nos bolsos
e me deu um punhado de caramelos
e se foi
parecia muito feliz
por certo ia consertar uma cerca
aprumar um batente de porta
carpir um quintal ou algo parecido


Um dia João Ninguém
desapareceu sem deixar rastros
não entendi
Eu e os meninos cogitamos
as interpretações mais cabeludas possíveis
para explicar o sumiço de João
uma delas era que o delegado encontrou
João rindo com sua mulher escandalosamente
e não gostou,por isso deu um sumiço em João


Apesar daquela pecha
acrescentado ao seu nome
João ninguém vivia bem
as vezes eu e os outros meninos
andando pelos quintais
apanhando frutas
ouvíamos quase sempre ele gargalhando
as vezes com a mulher do prefeito
as vezes com a mulher do delegado
um dia nós reparando bem
vimos nos filhos do delegado e do prefeito na escola
aquele sorriso e aquele jeito de olhar
aquelas feições de João ninguém
tão conhecida de nós meninos
olhamos uns para os outros e rimos satisfeitos
sabíamos agora porque João ninguém tinha desaparecido.



Renildo Borges
Convite


Vem!
Deixe aí pelos cantos o cansaço
tua desilusão
jogue fora o teu não
a solidão
A vontade encontrarás nos caminhos
O sereno é o vinho
que lhe dá as noites de pensamentos longos
onde julgamos nós e os outros
as falhas
as navalhas que tem as palavras
mas não o sorriso
o abraço
o abrigo


Vem!
A escuridão lhe esconde
dos olhares ávidos
das mãos que apalpam sexo
de te tornar objeto
de ser apenas mais uma
ou coisa nenhuma
sem amor por testemunha
não pense em coisas sem nexo
como se o vento quente que passeia
pela noite fria gritasse eu te amo
para espantar o complexo
de ser apenas humana
chorando as três da manhã

Vem!
O dia já vai chegar
trazendo a luz para passar no pão de cada dia
no poente, pelo céu…
ainda há aquele tom de café com leite
se aceite
se alimente
invente
um amor
um amante
vá em frente
a flor também morre e perde o perfume
quando acaba a primavera
ps. dizem que beijo de mulher
também transforma príncipes
em sapos frios e distantes
ou será o contrário?
Acho que bateu foi sono
Até outra madrugada!


Renildo Borges
Camaleão


Não sou o que disse o moço
sobre os versos que tirei
sobre a dor que vi na feira
nos homens na procissão
e nas mulheres que estavam grávidas
de promessas e ilusão
causou tanto alvoroço
lá na praça da vergonha
com aquela gente enfadonha
cínicos como Antítenes e a raposa
sobre leis e natureza
fingindo que cumpre as regras
que um homem muito distante
escreveu num livro antigo


Não sou o que disse a moça
rubra,aflita e sem jeito
sobre a lua e nós dois juntos
pela madrugada adentro
vivendo do nosso jeito
para o pai que era prefeito
administrador da vergonha
que dava duzentos gramas
pra burros ir satisfeitos
relinchar em outras bandas

Eu sou o que disse o menino
que perspicaz e de mansinho
me descobriu escondido
por detrás do que diziam
com medo do que é mal
que escapa das mãos dos homens
que mata sonhos e pessoas
por qualquer coisinha à toa
e se riu junto comigo
falando dos inimigos
que odiavam o amor
e erguemos muitos muros
cada um para uma mentira
que além de cega,era burra
e já de avançada idade
nunca conseguiu pular
como pulava a verdade.


Renildo Borges
Sobre pedras e humanidade


As pedras do caminho
Atire-as
nos preconceitos
Atire-as nas injustiças
Atire-as na fome
nas doenças
na hipocrisia
nas mentiras
que prometeram um dia
os homens brancos
de terno e gravata


Deixem que sangre
como sangra a dor
sufocada pelo medo
nas madrugadas silenciosas
dos barracos
das favelas
quilombolas
nas aldeias
e ribeirinhos
onde só quem ouve
é um Deus longínquo

Quem sabe assim aprenderão
a dor da palavra dita
que remédio nenhum sara
que corta como navalha
o sentimento alheio
(o pão mofando no egoísmo
a morte ao pé da ladeira
esperando as crianças desavisadas
desassistidas de tudo
que chamam de amor ao próximo)
por que todo homem é cego
se não tiver consciência

Nas fontes do caminho
lavem o ódio
lavem os olhos
da hipocrisia
e vejam a alma
Se acalma!
lavem as feridas doloridas
que sempre trazem a vida
por mais que corte caminhos
se desviando dos espinhos
num descuido
num cansaço
vem e corta como aço
as mentiras
as vaidades
e antes que seja tarde
busque pra ti um amor
pra ter com quem dividir
o riso
a dor
o pão
a cama
a alegria
o fruto de sapoti
que caiu lá no quintal
saia desse vendaval
o bem sempre vence o mal.


Renildo Borges