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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

As víboras no jardim do Éden


Não tenha vergonha de ser
De sair daquela porta
Com a noite toda acordada na cara
Com um sorriso imenso de que
Foi maravilhoso
Que foi gostoso
Que você queria aquilo...
E nos olhos aquele brilho
Mesmo que escancarem as bocas
De algumas invejosas moças
Que querem rir mas não podem
Por que proíbe o censor
O Pastor
O Vigário
E o medo das testemunhas
Que batem no seu portão querendo lhe dar sermão


E antes do meio dia
Saberão da sua vida
Do teu corpo cheio de curvas
Do decote de sua blusa
Do vermelho do batom
nesses seus lábios carnudos
do seu olhar que encanta
e deixa cegos os homens
Da tua calça tão justa
Talvez lhe chamem de puta
A inveja corroendo
as que se acham limpas
por fim falarão de tudo

Mas não dirão que tu gostas
de ajudar quem precisa
que já deu tua camisa
para aquele que não tinha
que já dividiu o seu prato
por que viu no outro fome
e nem perguntou o nome
só riu e estendeu a mão
que também acende uma vela
todo dia na capela
pedindo pra ser feliz
até os que te odeiam.


Renildo Borges

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