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sexta-feira, 8 de novembro de 2019










Utopias, Quimeras e Caixa de Pandora


Ah se minhas lágrimas pudessem
Cobrir o teu corpo com frio
Alimentar tua boca
E buscar água no rio
Para matar tua sede
Nesse mundo tão hostil

Ah se minhas lágrimas pudessem
Buscar o amor por quem choras
E aqueles que Deus levou
Quando tu mais precisavas
Pra abraçar tua solidão
Segurar tua mão e ir em frente
Antes que o dia amanheça

Ah se minhas lágrimas pudessem
Lavar o ódio que mancha de sangue os campos de guerra
Que ceifam vidas e cortam a bala os sonhos desenhados
Guardados nas gavetas dos seus sentimentos
Para um outro dia qualquer
se puder voltar
Trazendo a lembrança dos amigos mortos...

Ah se minhas lágrimas pudessem convencer
que é sagrado a liberdade de qualquer um
Que não importa o que pensamos nós
Com nossos obscuros pensamentos atroz
Quando escapa alguma malfadada voz
Numa perseguição cruel e veloz
Os generais colocam seus casacos de preguiça
E apenas fitam

Ah se minhas lágrimas pudessem dizer-te
Que dependo dos outros para ser feliz
Mas não dizem nada
a tantas mentes cauterizadas
Então me rendo e faço uma oração
Para que minhas lágrimas se transformem em risos
Antes do prometido paraíso.

Renildo Borges



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