Sobre pedras e
humanidade
As pedras do caminho
atire-as
nos preconceitos
Atire-as nas
injustiças
atire-as na fome
nas doenças
na hipocrisia
nas mentiras
que prometeram um
dia
os homens brancos
de terno e gravata
os homens brancos
de terno e gravata
Deixem que sangre
como sangra a dor
nas madrugadas
silenciosas
dos barracos
das favelas
quilombolas
nas aldeias
onde só quem ouve
é um Deus longínquo
Quem sabe assim
aprenderão
a dor da palavra
dita
que remédio nenhum
sara
que corta com
navalha
o sentimento alheio
(o pão mofando no egoismo
a morte ao pé da ladeira
esperando as crianças desavisadas
desassistidas de tudo
que chamam de amor ao próximo)
(o pão mofando no egoismo
a morte ao pé da ladeira
esperando as crianças desavisadas
desassistidas de tudo
que chamam de amor ao próximo)
por que todo homem é
cego
se não tiver
consciência
Nas fontes do
caminho
lavem o ódio
lavem os olhos
e vejam a alma
se acalma
lavem as feridas
doloridas
que sempre trazem a
vida
por mais que corte
caminhos
se desviando dos
espinhos
num descuido
num cansaço
vem e corta como aço
as mentiras
as vaidades
e antes que seja
tarde
busque pra ti um
amor
pra ter com quem
dividir
o riso
a dor
a cama
o pão
a cama
o pão
a alegria
o fruto de sapoti
que caiu lá no
quintal
saia desse vendaval
o bem sempre vence o
mal.
Renildo Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário