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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Cansaço e Solidão


Estou cansado...
estou muito cansado
no breu do asfalto meu olhar se perde
É noite ! Meu Deus ! quero escrever o que sinto...
Ah ! mas o que eu sinto é tão imenso...
que palavras como estas não bastarão


A solidão invade o sono que eu não tenho
É tão triste ser poeta...
Amanhã ela vai acordar ,banhar seu corpo...
o sol iluminará a beleza de sua existência,
seu olhar dará mais cor e perfume às flores
Ah ! de nada vale escrever o que não é verdade
é só um amor fictício...


Nenhum grito pode varar minha solidão
ou ferir a escuridão desses meus olhos tristes
Ah ! se a morte viesse conversar hoje a noite, certamente
venceria o meu instinto de sobrevivência...
Ah ! mas nem a morte quer vir conversar !
Lá fora ,os ruídos dos motores anunciam
que a vida continua longe do meu próprio medo...
Eu sou um poeta qualquer,formado pela universidade da vida
sem nenhum diploma...


Ah ! muito poucos sabem que eu existo
que sei amar profundamente...que faço poesias...muito poucos
Mas, se não fossem esses poucos,de que me valeria ser poeta ?
Ah ! valeria muito se alguém me amasse como eu amo...
Que me tirasse do nada,acrescentado a tantos outros vazios...
Ah! se assim fosse, eu andaria firme,mesmo com os sapatos
gastos por ter percorrido tantos caminhos,mesmo com a lama
da tristeza cobrindo os meus calcanhares...
Estou muito cansado.


Renildo Borges

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